Saberes da África no Brasil
1. A cura da epilepsia na
tradição Yorubá
2. Mezinha afro-brasileira
para a cura da epilepsia
3. Algumas considerações sobre
as Folhas Sagradas (Ewé)
A cura da epilepsia na
tradição Yorubá
Aderivaldo Ramos de Santana
Dezembro de 2006
A receita Yorubá para a epilepsia chegou até nós
graças ao trabalho de Pierre Verger. Verger nasceu em Paris, em
1902, veio para Salvador em 1946, renasceu na África onde foi
iniciado como babalaô e recebeu o nome de Fatumbi, que significa
“renascido graças ao Ifá”. Morreu em 1996. Foi um extraordinário
fotógrafo e um dos principais estudiosos da África, em especial
das tradições e da religião Yorubá na África Ocidental e na
Bahia.

Entre seus muitos estudos, Ewe: o uso das plantas
na sociedade Yorubá (São Paulo: Companhia das Letras,2004. 3ª
edição) tem uma importância especial e recolhe as pesquisas
feitas desde 1950 na África e no Brasil. Em suas pesquisas sobre
o uso medicinal e litúrgico das plantas no candomblé, soube
buscar colaboradores entre os biólogos que atuavam na Academia e
entre as Mães de Santo, como Olga do Alaketu e Mãe Senhora. O
resultado final, publicado em 1995, recolhe 2.216 receitas para
os males do corpo e do espírito e que a tradição africana faz
arrancar da força que está dentro das plantas.
A receita de número 216 é específica para a epilepsia e vem aqui
reproduzida em Yorubá e em português, tal como no livro de
Verger.


Versão para o português:


Para mais informação sobre Pierre Verger, ver o
site da Fundação Pierre Verger,
http://www.pierreverger.org/br/index.htm
Mezinha afro-brasileira
para a cura da epilepsia
Ataques Epiléticos:
Pente de macaco: para chá, pode-se usar toda a planta. Pegar um
punhado de 200 gramas de folhas, por litro, ou um pedaço de 4 cm
de cipó, por litro. Tomar uma xícara de chá, 2 vezes ao dia.
Essência de cipó de pente de macaco: apanhar 3 punhados de
folhas de cipó de pente de macaco, por litro de álcool ou 9
pedaços de cipó , de 4 cm. Colocar as folhas ou cipó num vidro
de um litro e encher com cachaça ou álcool de farmácia. Deixar
em infusão, durante 4 dias. Tomar com água , 4 vezes ao dia,
conforme segue: de 0 a 1 ano de idade, 3 gotas; de 2 a 4 anos, 4
gotas; de 5 a 8 anos 5 gotas; de 9 a 11 anos, 8 gotas; de 15
anos em diante, 10 a 15 gotas.
Fonte:
http://www.xangosol.com/simpatias.htm, acesso em 27/12/2006

Algumas considerações sobre
as Folhas Sagradas (Ewé)
Ko si ewé kosi Orisa
"Sem folhas não há Orisa"
Texto e Adaptação de Amaro Santana Silva Netto
(Babalossanyi)
http://www.orixas.com.br,
acesso em 27/12/2006
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Desde os tempos antigos e remotos
ouvimos dizeres, sortilégios, bem feitos com nossas
Ervas Sagradas, temos referências de muitas em
nossas vidas atribuídas em tudo que passamos a
Ingerir, digerir, sentir, tais sensações despertam
diversas sensações, como Bem-estar, vibrações que
passam por nossos músculos a cada sentido que se
choca com nosso corpo físico, sim a Energia da
Natureza, a Energia do Orisa, a energia do Mundo.
Existem diversas folhas com diversas finalidades e
combinações, nomes e considerações dos nomes, fato
que muito impressiona a quem as manipulam dentro de
Asé. Temos que ter muita consciência de como usá-las
para que não sejamos pegos de surpresa por energias
que são invocadas quando a maceramos, quando
colocamos o sumo da Erva em contato com nosso corpo,
quando a colhemos.
Ewé, assunto este muito diversificado, muito
delicado porque cada nação traz seu ritual porém
folha é para mesma finalidade, trazer energias boas
e positivadas, tirar energias ruins e maléficas em
muitos casos, trazer resposta de algo se é
necessário para o individuo que a usa.
Abaixo aqui deixo alguns de meus conhecimentos em
Ewé e que Ossanyin ouça sempre nossas Aduras
(Rezas):
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Nome Yorubá- Ewé Ogbó
Nome cientifica- Periploca nigrescens
Nome popular- Cipó-de-leite, orelha de macaco, folha
de leite, Rama de leite.
Considerações:
Planta trazida do continente africano pelo povo Nagô
para o Brasil, encontra-se em florestas sombreadas
ou nos próprios terreiros de Candomblé.
Todos os iniciados podem usá-la sem restrição porém
seu dever que é tirar a consciência do filho de
santo só é ativado quando combinados com outras
folhas.
Dizem os mais velhos que a estória dos Orisas narra
esta folha como a primeira a se liberada por
Ossanyin quando se fez o Vento de Oya, passando a
ser folha de Ossossi porém em algumas outra nações
ela é quista com folha principal de Osala.
Uso Medicinal: Tratar Epilepsia. Outros nomes que
são atribuídos a ela são, Ogbó funun, Ogbó pupa,
Asogbókan, Asóbomo e gbólogbòlo, cita Verger. |